quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Incapaz de esperar

O que fazer se estou de mãos atadas?
Como ajudar o outro a encontrar o caminho do meio se estou eu mesma fora do eixo?
Só posso mudar o que está dentro de mim, porque estou fraca demais pra lutar contra as forças exteriores.
Então o que fazer se vejo que o outro está precisando de mim?
O que fazer se sinto dentro de mim o desespero, a dúvida, a necessidade de apoio que assolam a mente e o coração de quem quero bem?
Só posso esperar que a minha mudança interna reverbere e se multiplique no espaço. Só posso esperar que a minha mudança gere mais mudanças em mim, no outro, nos outros. E que elas sejam boas e inspirem as pessoas a mudar para melhor.

Eu só posso esperar...
Esperar que dê certo.
Esperar que seja bom.
Esperar que seja suficiente.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Conto do Condado L'eau Courante - Fezta Medieval Salvador


O Nascimento da Flor de Nelumbo:

Algumas eras atrás o ato de contar esta história a quaisquer homens seria considerado um sacrilégio, de acordo com nossos costumes. Entretanto, ainda são tempos de paz, e o espírito de boa vontade exige que sejamos condescendentes com os que não possuem os olhos e os ouvidos agudos o suficiente para perceber as grandes verdades, nem invernos bastantes para lembrar o passado distante.
Esta não é uma balada élfica para ser imitada por menestréis ridículos em tabernas sujas, nem um relato histórico para ser sepultado entre os papéis de algum estudioso. Este é o mito de nosso povo, tal qual lembrado através dos séculos, incontáveis como os ramos das árvores, em sua pureza e simplicidade original. Deve ser escutado com o coração, e se for assim, qualquer espírito honesto reconhecerá sua verdade. Uma verdade dura, tanto para nós como para qualquer homem.

“Os seres da floresta sussurram e estalam, lembrando o que as curtas vidas dos homens, e nem mesmo as nossas podem alcançar. Que nós e os homens - e outros seres que não nos apraz lembrar - são parentes de sangue, descendentes de um mesmo povo, antigo e sem nome.”

“Vivia tal povo, nos tempos remotos, antes dos reinos e suas glórias, antes da história escrita dos sábios, na era dos Mythos, quando os poderes divinos habitavam a terra entre os mortais, pois o próprio mundo era como um sonho, cheio de maravilhas, e de terrores.”

“Entre os deste povo, ainda ingênuo e sem refinamentos, houve um dia, alguns que primeiro olharam para o céu, e que, inspirados, primeiro falaram com vozes. Estes que assim fizeram, acharam entre as luzes celestes aquilo que consideraram ser a coisa mais bela que já haviam visto.”

“Viram no céu uma estrela, cuja luz era esmeralda e prata, brilhando graciosa, irradiando luz e canto cristalino, em todas as direções. Era verde com a esperança, e alva como a bondade, singela como uma flor, mas grande em majestade.”

“Descobriram, porém, que nem todos tinham os olhos agudos para ver a estrela esmeraldina. Aqueles que não a viam, desconfiaram daqueles que apontavam, sorridentes, para o nada. Alguns julgavam que mentiam. Outros sentiam-se invejosos.”

“Logo, os amantes da bela estrela sentiram-se estranhos em sua própria tribo, e deixaram as vilas de seus parentes, partindo para as florestas e bosques distantes, onde poderiam ficar entre seus semelhantes, e juntos louvar sua bela musa.”

“Entre os verdes bosques sem fim, aqueles que tinham olhos para ver viveram em exílio, mas não havia entre eles tristeza ou saudade. A Estrela-Madrinha derramava sobre eles sua glória, e por sua benção, os exilados tornaram-se um belo povo.”

“Quantas graças lhes foram dadas! Por seu canto cristalino, ela os ensinou a ouvir a música das esferas, ensinou-lhes a cantar como cantam as estrelas, e a dançar como elas, na abóbada celeste, dançam.”

“Ela os fez altivos como os pinheiros, e graciosos como as faias. Deu-lhes a pureza das ervas, e a perenidade dos carvalhos. Apresentou-os aos animais da floresta por seus verdadeiros nomes, e tornou-os amigos e aliados para sempre.”

“Tantas foram as maravilhas, que o belo povo esqueceu-se do mundo fora das florestas. Mal sabiam eles, que nas clareiras, seus velhos parentes haviam encontrado suas próprias estrelas para adorar, e que estranhos talentos elas os haviam concedido”

“Alguns erguiam torres de madeira e pedra, altas como as montanhas. Outros domavam as Feras e as convertiam em seres cativos. Ainda haviam os ousados, que cruzavam os mares e o Oceano. Mas de todos os prodígios, um era o mais terrível:”

“O Homem Havia Dominado os Poderes do Fogo!”

“Desse horror falamos aos prantos e aos sussurros, pois os deuses decerto deram aos homens um poder além do que planejara o Destino. O Fogo havia encantado os homens, e eles se tornaram escravos de sua infinita fome.”

“Davam de tudo ao fogo em sacrifício: madeira d’árvore, óleo e carvão, e mesmo a carne de seus irmãos, lançando fumaça negra e cinzas aos céus. Desde então o belo povo jurou ódio aos que ferem a floresta, e hoje ainda guardam-na.”

“Eis que os belos foram às armas e aos arcos, e fizeram saber aos homens que as folhas e os animais tinham amigos e que em seus domínios haveria uma lei:”

-“Um osso partido para cada ramo espezinhado”
-“Um coração tomado para cada criatura ferida”
-“Uma criança roubada para cada bosque conspurcado”

“E os homens se atemorizaram dos guardiões das árvores, e não mais as violaram, mas a ganância humana só não é maior que sua estupidez. Tão certo como a espada fere quem não sabe empunhá-la, também o fogo é um gênio sem mestre, e queima muito mais que o esperado.”

“O fogo fugiu à mão dos homens, e logo abraçou as vilas, os castelos e as florestas. Por dias e noites a fio, tudo se cobriu de chamas, e o desespero tomou os corações do povo altivo. Em honra das florestas e da Estrela Esmeraldina, eles lutaram contra as flamas, e sofreram, e gritaram, e morreram.”

“Por todo o mundo ouviu-se, estridente, um lamento, vindo do céu noturno. Era a alva-e-verde, a Estrela viva, que chorava. A Diva então cessou seu pranto, e falou à suas irmãs, com a voz aguda e imponente das estrelas:”

-“Perdoem-me augustas luzes da noite, pois por eras eu cumpri meu fardo. É chegado o momento de meu crepúsculo: Vou-me, cair do Horizonte, viver para sempre no coração de meus amantes.”

“Mal despontava o dia, e um rastro verde cruzou os céus, e mesmo o incêndio crepitou pasmado. Rasgou as nuvens e conjurou uma chuva mágica, fresca como o próprio céu, com o perfume da primavera, e o som tilintante de grãos de prata.”

“No último bastião da floresta, a estrela cadente veio pousar. Sua emanação era ao mesmo tempo luz branca, música vítrea, e seiva verde, fúida e cálida, penetrando cada fenda da terra, e cada poro dos filhos do bosque, curando toda dor e toda ferida.”

“O Povo belo se levantava, refeito e curado, sentindo-se vivos como nunca foram antes. Diante de seus olhos a vida se regenerava, em um crescimento virente, e não havia sinal algum de fogo ou chama, extintos sob a fria chuva.”

“Reuniram-se no primeiro círculo feérico que este mundo viu, feito ao redor do leito de morte da estrela, o qual chamamos Nelumbo, “grama-esperança”. E alguém disse: Uma estrela morreu por nós! Nós nunca esqueceremos!”

“Como que por resposta, algo se animou na cratera. Na terra molhada se abriu uma semente, que germinou em uma linda muda de árvore, que fez um botão, e este floresceu. A Flor era verde e prata.”

“Foi assim que se deu o milagre, e assim guardamos até hoje essa verdade: Que por Amor dos Sidhe A Estrela se fez Gérmem, o Gérmem se fez Broto, e o Broto se fez Flor, Em Nelumbo, onde a Esperança dorme.”

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Stardust


Pelo mesmo motivo que Ivaine, eu brilho... porém, muito mais que ela.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Carla Bruni - Quelqu'un M'a Dit


Composição: Carla Bruni

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz suas cobertas

No entanto alguém me disse...
Que você ainda me ama,
Foi alguém que me disse
que você ainda me ama
Seria isto possível então?

Disseram-me que o destino debocha de nós
Que não nos dá nada e nos promete tudo
Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos,
Então a gente estende a mão e se descobre louco
No entanto alguém me disse...

Mas quem me disse que você me ama ainda?
Eu não recordo mais, já era tarde da noite,
Eu ainda ouço a voz, mas eu não vejo mais seus traços
"ele ama você, isso é segredo,
não lhe diga que eu disse a você"

Sabe, alguém me disse...
Que você ainda me ama,
Disseram-me isso realmente...
Que você ainda me ama,
Seria isto possível então?

Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que se vai é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz a sua coberta

No entanto alguém me disse...
Que você ainda me ama,
Foi alguém que me disse
Que você ainda me ama
Seria isto possível então?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

De que adianta ter asas se não nos permitimos voar?




Se um dia te libertei foi para que soubesses que acima de tudo prezo teu desejo.
Quero que sejas livre como eu sou, que tenhas e proves de tudo no mundo porque eu tive e provei.
Que a sua vontade seja feita e que seu desejo seja delicioso e realizável.
Pois não há nada de que eu me abstenha e não há nada que eu te negaria, porque pra mim o amor é isso: caótico, imprevísivel, flutuando livremente no ar.
Tolo é quem aprisiona o amor para ouvi-lo cantar, mal sabe que é canto de dor, de tristeza, de morte...
Prefiro a lembrança ao desperdício.
Sei que serás eternamente meu, amor. Pois teu canto de glória, quando fulgurante voavas no último céu comigo, estará sempre guardado no meu peito.
Um pequeno souvenir de viagem contendo toda a essência do universo.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

dia ruim

E começa tudo de novo...
o mesmo aperto, a mesma angústia, o mesmo vazio...
apesar de entender o que acontece é simplesmente impossível não sentir...
dias bons e dias ruins se misturam num mosaico complexo e tudo que eu quero é dormir...
como se o sono apagasse as lembranças, anestesiasse as dores, me envolvesse num manto de paz...
Calar...
há como eu queria que as vozes dos meus pensamentos se calassem...
as vezes, apenas as vezes, apago num sono profundo e não lembro de nada...
geralmente tenho um sono perturbado, remexido, inquieto que insiste em desgastar meu corpo e mente...
estou cansada de lutar contra mim mesma...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um espinho de Marfim.


Um espinho de marfim

Amanhecia o sol e lá estava o unicórnio pastando no jardim da Princesa. Por entre flores olhava a janela do quarto onde ele vinha cumprimentar o dia. Depois esperava vê-la no balcão, e, quando o pezinho pequeno pisava no primeiro degrau da escadaria descendo ao jardim, fugia o unicórnio para o escuro da floresta.

Um dia, indo o Rei de manhã cedo visitar a filha em seus aposentos, viu o unicórnio na moita de lírios.

Quero esse animal para mim. E imediatamente ordenou a caçada.

Durante dias o Rei e seus cavaleiros caçaram o unicórnio nas florestas e nas campinas. Galopavam os cavalos, corriam os cães e, quando todos estavam certos de tê-lo encurralado, perdiam sua pista, confundindo-se no rastro.

Durante noites o rei e seus cavaleiros acamparam ao redor de fogueiras ouvindo no escuro o relincho cristalino do unicórnio.

Um dia, mais nada. Nenhuma pegada, nenhum sinal de sua presença. E silêncio nas noites.

Desapontado, o rei ordenou a volta ao castelo. E logo ao chegar foi ao quarto da filha contar o acontecido. A princesa penalizada com a derrota do pai, prometeu que dentro de três luas lhe daria o unicórnio de presente.

Durante três noites trançou com fios de seus cabelos uma rede de ouro. De manhã vigiava a moita de lírios do jardim. E no nascer do quarto dia , quando o sol encheu com a primeira luz os cálices brancos, ela lançou a rede aprisionando o unicórnio.

Preso nas malhas de ouro, olhava o unicórnio aquela que mais amava, agora sua dona, e que dele nada sabia.

A princesa aproximou-se. Que animal era aquele de olhos tão mansos retido pela artimanha de suas tranças? Veludo do pelo, lacre dos cascos, e desabrochando no meio da testa, espinho de marfim, o chifre único que apontava ao céu.

Doce língua de unicórnio lambeu a mão que o retinha. A princesa estremeceu, afrouxou os laços da rede, o unicórnio ergueu-se nas patas finas.

Quanto tempo demorou a princesa para conhecer o unicórnio? Quantos dias foram precisos para amá-lo?

Na maré das horas banhavam-se de orvalho, corriam com as borboletas, cavalgavam abraçados. Ou apenas conversavam em silêncio de amor, ela na grama, ele deitado aos seus pés, esquecidos do prazo.

As três luas porém já se esgotavam. Na noite antes da data marcada o rei foi ao quarto da filha lembrar-lhe a promessa. Desconfiado, olhou nos cantos, farejou o ar. Mas o unicórnio comia lírios tinha cheiro de flor, e escondido entre os vestidos da princesa confundia-se com os veludos, confundia-se com os perfumes.

Amanhã é o dia. Quero sua palavra comprida, disse o rei- virei buscar o unicórnio ao cair do sol.

Saído o rei, as lágrimas da princesa deslizaram no pelo do unicórnio. Era preciso obedecer ao pai, era preciso manter a promessa. Salvar o amor era preciso.

Sem saber o que fazer, a princesa pegou o alaúde, e a noite inteira cantou sua tristeza. A lua apagou-se. O sol mais uma vez encheu de luz as corolas. E como no primeiro dia em que haviam se encontrado a princesa aproximou-se do unicórnio. E como no segundo dia olhou-o procurando o fundo de seus olhos. E como no terceiro dia aproximou a cabeça do seu peito, com suava força, com força de amor empurrando, cravando o espinho de marfim no coração, enfim florido.

Quando o rei veio em cobrança da promessa, foi isso que o sol morrente lhe entregou, a rosa de sangue e um feixe de lírios.


COLASANTI, Marina."Um espinho de Marfim". IN: Um Espinho de Marfim e outras histórias. Porto Alegre: L&PM. p. 39,1999.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Segunda

Quando o não era sim, o silêncio fez-se presente.
E morreu, ainda na boca, o desejo inconfesso.

domingo, 12 de outubro de 2008

Desabrochar


Há tempos a terra promete uma belíssima primavera.
Mas o inverno que tomou conta do ambiente não arrefece nem uma gota de suas tempestades.
O clima tenso e sombrio impregna as paredes e os móveis, se agarra gosmento as pessoas e corrompe sua paciência e boa vontade.
As palavras doces e suaves, ao invés de flutuar, grudam no ar hostil e são carregadas pelas correntes de desprezo.
Nem uma flor de delicadeza consegue transpor os rigores deste inverno amargo que transborda da alma das pessoas e só se fortalece a medida que os humores se encontram e contrapõem.

Ontem, porém, nasceu uma flor. Ela rompeu a escuridão e o ódio e desabrochou.
Como diria Drummond: "É feia mas é uma flor!"
Ainda há esperança!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Hoje, 17 de Julho de 2008

Hoje eu estou me sentindo só.
Eu sei que existem uma infinidade de pessoas que me amam, admiram e querem meu bem... mas... hoje, eu me sinto só.
E não é porque estou fisicamente sozinha neste momento, porque as pessoas que me acompanham no cotidiano não estão por perto.
Hoje eu me sinto só porque dentro do meu peito existe um rebuliço. E também um buraco.
A sensação é de ter um buraco negro entre os pulmões, tanta energia, tanta matéria aprisionada no mesmo espaço, nesse minúsculo espaço, tantas possibilidades, tantos futuros, tantos tantos sem solução, que o buraco continua sendo buraco e continua sugando tudo ao redor.
E toda essa matéria sem destino só aumenta a força da bagunça, só direciona mais e mais pra dentro de mim um vulcão de sentimentos sem vazão.

Hoje eu me sinto só porque não há ninguém que possa ouvir gritos no vácuo. Nem existe ninguém com coragem suficiente de enfrentar um buraco negro em pleno desenvolvimento. Me sinto só e incapaz de entender o significado de palavras como solidão, abandono, depressão...
Me sinto só e sequer consigo resolver esse imenso quebra-cabeças dentro de mim.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Jornal das Pequenas Coisas


"— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida."

Retirado de um blog maravilhoso que eu descobri, chama-se Jornal das Pequenas Coisas.
Já coloquei o link ali do lado --->
Visitem!!!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Estou feliz.


Porque a tristeza é a eterna musa inspiradora dos escritores?

Estou feliz, quero muito escrever sobre isso mas parece que quanto maior a minha felicidade maior a distância entre as letras e as emoções.
Um bloqueio invisível se faz e eu simplesmente não consigo redigir tão bem quanto o faria se estivesse triste ou com raiva.

Pena...
Eu queria que todos soubessem que dentro de mim há uma imensa estrela que consegue iluminar até o mais sombrio canto da minha alma.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Brilhando...



- Bom dia, Flor do Dia!
- Bom dia, Raio de Sol!


Ela brilhava mais que uma constelação inteira de estrelas. O próprio Sol se mostrava em sua presença. Pura luz e energia!
Só porque estava ali.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Solidão




O vento soprando é meu único amigo
Meu consolo é que minhas palavras serão levadas por ele até você
e mesmo que conscientemente você não as perceba, você as ouvirá
Eu não posso falar com mais ninguém
Pois, mesmo que eu me esforce, não há como traduzir em palavras
o que eu tento esconder de mim mesma
Acredite não era o que eu queria
Eu queria somente um abrigo para momentos de desespero
E nem percebi que eu era mais frágil do que imaginava
Para o castelo que eu construi você não precisaria de exércitos
Bastava um olhar e toda a minha segurança se derramaria como areia
Eu só peço um instante de calmaria
Para rearrumar as idéias, fazer a faxina, pôr a casa em dia
Só peço um minuto de atenção
Para tentar contar a história de milhões de anos que está guardado dentro de mim
esperando o big bang final.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Shakespeare




"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dara mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se,e que companhia nem sempre significa segurança. E começa aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair meio em vão."

"Depois de algum tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importam quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoa-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos."

"Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que leva muito tempo para se chegar aonde está indo, mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados."

"Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva, tem direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama mais do jeito que você quer não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, e que algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo."

"E que, com a mesma severidade com que julga, será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára, para que você
junte seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E vocêaprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que a vida tem valor e você tem valor diante da vida.
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

Pride and prejudice.


- Eu me pergunto quem descobriu o poder da poesia para espantar o amor.
- Achei que fosse o alimento do amor.
- Do amor belo e vigoroso. Mas se é apenas uma vaga inclinação, um pobre soneto o liquidará.
- Então o que recomenda para despertar a afeição?
- Dançar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Knocking on the heaven´s door


Ela nunca foi tocada daquele jeito.
A penetrância daquele toque era muito maior que o visível. Finalmente ela podia vislumbrar a liberdade que um momento como aquele deveria oferecer sempre.
E não foram poucas as vezes que ela tentou, mas simplesmente existia uma barreira, inconsciente, entre ela e o inimaginável. Afinal, se fosse simples ou fácil seria comum e não seria tão divertido.
Ela se virou na cama tentando lembrar quando foi a última vez que a falta de compromisso resultara em algo tão inesperado.Era engraçado como as coisas aconteciam e mudavam o rumo de seus passos e pensamentos...e ainda tinha gente que pensava em destino!
Ora mas que destino poderia haver no inesperado?
Destino é algo concreto e planejado como comprar uma casa ou ter filhos mas isso... não, definitivamente, aquele encontro não tinha nada a ver com o destino.

E agora?
Algumas palavras foram suficientes para o mundo desabar ao seu redor...sim, clichês são utéis as vezes e, apesar dela não gostar deles, não havia maneira melhor de descrever o momento.
Ela mesma fora a grande incentivadora! A idéia era boa mas precisava de retoques e ela os fez, e eles ficaram tão bons que era preciso por em prática e logo!
As coisas estão acontecendo rápido demais, ela pensou... mas de que outra forma deveria ser?
Ela nunca foi mulher de deixar pra depois ou de se enganar, ela não havia pensado no que aquela idéia ia resultar e só depois que tinha falado é que ela se deu conta!
Toda a liberdade de sensações que ela havia experimentado não a haviam preparado para isso...o desapego é a pior coisa a se aprender. A vida inteira aprendemos a dominar, controlar, planejar...simplesmente deixar acontecer não é tão simples quanto parece quando se fala.
Ela sabia que desapegar-se era a melhor forma de mostrar confiança e a melhor forma de merecê-la também. Era tudo que ela devia fazer...mas porque a reticência?

Ela havia encontrado finalmente uma porta mas só podia vislumbrar o que estava além dela... Forçá-la seria inútil, então onde estava a chave?