domingo, 29 de abril de 2007

Bandolins


Bandolins

(Oswaldo Montenegro)


Como fosse um par
que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
e como não
E por que não dizer que o mundo respirava mais se ela apertava assim
seu colo e como se não fosse um tempo
em que já fosse impróprio se dançar assim
ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins


Como fosse um lar
seu corpo a valsa triste iluminava e a noite caminhava assim
e como um par
o vento e a madrugada iluminavam a fada do meu botequim
valsando como valsa uma criança que entra na roda, a noite tá no fim,
e ela valsando só na madrugada se julgando amada ao som dos bandolins.





quarta-feira, 25 de abril de 2007

A outra


não quero te comprar
não quero um pedaço de teu tempo pra mim
não quero tua preocupação, nem teu apego
não quero teu sorriso falso
não quero tua cara de ódio
não quero tuas palavras raivosas
não quero tuas angústias ou teus medos
não quero teu sacrifíco para minha satisfação
quero apenas te dar um momento feliz
um momento que você sempre lembre
e que esse momento fique imortalizado no teu ser
para que lembres de mim por causa do sentimento que tivestes
sentimento puro verdadeiro e principalmente teu
quero te dar um presente
que te marque pro resto da vida como tens me marcado
naum te preocupes com o retorno
ele virá
só estou fazendo minha parte
porque minha felicidade é me sentir bem
e te ver feliz me faz bem
por isso quero te dar esse presente
porque não importa o quanto você esteja distante
vc sempre estará perto porque eu te guardo dentro de mim
e não me importa se não me tens em você
se não me queres
se não me percebes
se me ignoras
se guardas rancor
o que me importa realmente
é que eu sei que naquele momento eu consegui tudo que mais queria
naquele momento eu consegui abrir uma brecha na tua muralha
e te marcar
e foi uma marca pura e verdadeira
pequena... mas feliz


Esse texto é para ela que é meu oposto, o lado negro da força, a outra face do espelho, o inverso...
tão bela quanto a própria escuridão
e tão necessária como a própria luz...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Esperando o amor...



Palavras vazias... coração vazio... corpo vazio...
Este espaço vago neste corpo inerte pertencia a determinado sentimento...
Sentimento esse, dono desse, corpo este que alugo vazio para sentimentos passageiros...
Mas sempre há a esperança...
Ou havia...ou restava...ou jazia...
Anda amor! ressuscita-me!
Preencha esse vazio com sopro morno e ardente!
Deixa-me febril com teu beijo somente!
Puxa esses fios que me fazem pendente!
Eu te quero...te quero...quero...eu...

Marcela Oliveira

sábado, 21 de abril de 2007

Teclando...


quem é esse rosto invisível se revelando igual ao meu?
quem é esse desconhecido escondido do meu eu?
atrás das letras, das palavras e das luzes dessa tela se esconde um outro ser,
ser igual e diferente, mas comumente são,
pra saber que de cada lado existe uma extensão
ligando corpo e mente por um fio de solidão.
Madrugada adentro, nos dedos o pensamento, as idéias em profusão
que faz da vida? que sonhos tem? que desejas? que almejas?
um universo a desvendar, um rosto a descobrir
quem será esse estranho que tanto me faz sorrir?
se cada cabeça é um mundo... qual sera o teu?
pois desse lado de cá só posso saber do meu
revelando um pouco de mim, descubro um pouco de você
descobrindo aos poucos você, acabo descobrindo a mim
e sendo assim,
acabo por perceber o quanto se reflete em mim: você!


Marcela Oliveira

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Dia frio...


Dia frio...
chuva, tempo nublado, nostalgia, café cremoso...
sensações maravilhosas a textura do café, o cheiro da chuva, os sons do silêncio....
a chegada, a partida...tudo se confunde nesse tempo meio termo...
se chove não faz sol, se faz sol não tem chuva já dizia Cecília Meireles...
mas...e somente mas...a chuva vier num dia ensolarado ou o sol vier num dia de chuva que fazer de meus conceitos ortodoxos neo-liberais?
A confusão de um tempo assim, interno e externo, só prova que pra mim nem a natureza se entende, se sabe, se tem certeza...
Se ela pode ficar em dúvida que dirá eu?
Nesse clima autobiográfico, deixo minha mente interiozar o tempo e externar os conflitos...
por que não expor-me?
Nesse dia nublado prefiro abandonar o casulo que esconder-me na casca. E aí de quem cruzar meu caminho!
Busco o arco-íris do meu eu nas ruas alagadas por onde passo e sempre tô afim de uma companhia.

28 abril 2005

Marcela Oliveira