segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sublimação


Sublime é o toque com que toco o mundo
e o mundo me toca em retorno,
e o círculo não pára, não existe fundo,
nem fim, nem começo, eu escolho...

Sublime e macio é o véu que me esconde
e me mostra um céu inebriante,
e a viagem de sensações não tem onde,
quando, como, por que, foi instante...

Sublime e fugaz é o momento que parou
que não espera, nem se demora,
que só é verdade agora que se tornou
fato, ato, voz e hora.

domingo, 25 de novembro de 2007

Ausência


"AUSÊNCIA (Vinícius de Moraes)

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar
os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres
eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé dos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
desta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha pele como nódoa do passado
Eu deixarei...tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos entrelaçarão outros dedos e tu
desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu foi eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento,
do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz ausente, a tua voz presente
a tua voz serenizada."

Vinícius de Moraes

sábado, 9 de junho de 2007

Metade


"Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei.

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também."


Porque eu amo Oswaldo Montenegro
Porque ele é um poeta maravilhoso
Porque ele consegue me transportar para outros mundos
Porque ele diz exatamente o que sinto
Porque ele é demais !!!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Perco a batalha mas não a guerra...


Engula seu ódio!
Teu sentimento imundo vai te corroer por dentro e transbordar por seus olhos,
mas o veneno que proferes só vai destruir a ti.
Não vou mais permitir que você me estupre com essa raiva.
Meu sangue é tão vermelho quanto o seu e ele corre também por entre veias,
então, o que te faz pensar que é inatingível?
Sou livre!
Tua ignorância não vai restringir meu passo.
A crueldade que semeias não atinge os puros.
O imaculado branco da minha consciência não se alterará,
pois sei que fiz o que era necessário para que houvesse paz
mas não ficarei impassível quanto a guerra.
Posso não saber usar as tuas armas mas sei usar as minhas e as usarei.
É uma pena...
Que sejas cega a esse ponto.
Não vê que nessa guerra particular, todos perdemos?
Eu perdi a alegria, o rumo e a esperança.
Você perdeu a razão, o brilho e a amizade.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

A Rainha das fadas


Não havia nada que ela pudesse fazer para remediar o que já havia acontecido.
Nem todos os encantamentos que soubesse, nem todas as magias que pronunciasse fariam o tempo voltar atrás.
Ela pensava, que justo ela, com tantos caminhos andados, tantos sortilégios lançados, tantos destinos previstos, havia sido pega de surpresa!
Toda sua imponência de Rainha, agora de nada adiantava. Os sábios já haviam previsto mas ela não acreditou, afinal, era Rainha!
Governava com total dedicação, nada passava despercebido a seus olhos. Era toda dedicação ao bem estar de seus súditos.
Se sabia intuitivamente o grau de felicidade das fadas que a rodeavam porque não reconheceria a mudança de seus próprios sentimentos?
Ela era feliz. Tinha um reino próspero e bonito, súditos alegres, satisfeitos, dedicados.
A energia que circulava em seu reinado era tão deliciosa como o orvalho da manhã e emanava tanta força que podia ser percebida em outros planos.Mas ela nunca havia imaginado antes que essa energia pudesse ser sentida no plano dos humanos.
E foi exatamente isso que aconteceu.
Um humano sentiu. Tamanha energia o intrigou.
Ele não era crente nessas coisas de outros mundos como pregavam os outros povos do Condado. Ele acreditava tão somente no Sol sobre sua cabeça como regente universal. Seu único Deus, única forma de manifestação do inexplicável, único motivo para lutar até o fim de sua jornada.
Defenderia a honra dos ingleses em nome de seu Deus-Sol em qualquer batalha. Vivia para isso.
Era só mas não era triste. Estava satisfeito com o que tinha. Os amigos, o castelo no Condado, os jogos anuais, as caçadas no verão, as festas, as mulheres das festas...
Não esperava muito... mas...
Foi essa dúvida que o impulsionou em direção aquela energia.
De tudo que já havia visto nada se comparava aquilo.
Ela se banhava no rio. Era linda. Seus cabelos negros caiam delicadamente sobre os ombros e faziam um belíssimo contraste com sua pele branca.Seus movimentos eram tão naturais que pareciam fazer parte do próprio movimento das ondas do rio.
Ele se aproximava discretamente, escondendo-se entre a vegetação. Estava inebriado com a presença dela. A água ao redor dela refletia os raios do sol, iluminando sua face.Era um aviso...
O próprio Sol a havia criado e o tinha guiado até ali.
Ele a observava cada vez mais perto, sorvendo do ar todo seu encanto. Os olhos dela eram negros e profundos como o céu à noite e possuia também as estrelas!
Ela finalmente o percebeu. Era alto... até demais para um elfo... Possui um resplandecente brasão no peito, vermelho como as rosas e dourado como o sol.
Seus olhos negros como o dela, a fitavam e pareciam invadir sua alma como um cavaleiro tomando posse de suas terras. Não podia ser um habitante dali...mas era tão belo...
Ele entrou na água.
Ela estava tão aturdida com aquela aparição que não conseguiu esboçar qualquer tipo de reação de defesa.
Ele a tomou nos braços e se inclinou delicadamente para beijá-la.
Tinha medo. Ela era tão frágil que poderia se quebrar se ele fosse muito brusco em suas ações.
Ele a beijou e sentiu como se o mundo inteiro desaparecesse embaixo de seus pés. Ela era a própria fonte que saciava a sede de anos no deserto da solidão.
Ela sentiu seus braços fortes envolvendo seu corpo, eram como um sopro morno de vento no verão aquecendo-a aos poucos.
Sentiu o rosto dele se aproximar, a floresta a sua volta diminuir e quando os lábios se tocaram ela pode entender as profecias...
O próprio universo se manifestava naquele momento. A própria Terra emanava satisfação.
Não havia mais retorno...
Ela estava completa agora. Era a própria Lua cheia no céu.
As almas haviam se encontrado.
Ela entendeu agora o que sonhara na noite anterior. Ela tinha que estar ali, encontrar aquele cavaleiro era seu destino...
Aquele encontro já havia sido previsto pelos sábios. E ela sabia o que se seguiria... ela deveria partir com ele...
Quando seus lábios se separaram, ele entendeu seu olhar..retirou sua capa e a cobriu, tomou-a nos braços e fez o caminho de volta ao condado.

domingo, 29 de abril de 2007

Bandolins


Bandolins

(Oswaldo Montenegro)


Como fosse um par
que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
e como não
E por que não dizer que o mundo respirava mais se ela apertava assim
seu colo e como se não fosse um tempo
em que já fosse impróprio se dançar assim
ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins


Como fosse um lar
seu corpo a valsa triste iluminava e a noite caminhava assim
e como um par
o vento e a madrugada iluminavam a fada do meu botequim
valsando como valsa uma criança que entra na roda, a noite tá no fim,
e ela valsando só na madrugada se julgando amada ao som dos bandolins.





quarta-feira, 25 de abril de 2007

A outra


não quero te comprar
não quero um pedaço de teu tempo pra mim
não quero tua preocupação, nem teu apego
não quero teu sorriso falso
não quero tua cara de ódio
não quero tuas palavras raivosas
não quero tuas angústias ou teus medos
não quero teu sacrifíco para minha satisfação
quero apenas te dar um momento feliz
um momento que você sempre lembre
e que esse momento fique imortalizado no teu ser
para que lembres de mim por causa do sentimento que tivestes
sentimento puro verdadeiro e principalmente teu
quero te dar um presente
que te marque pro resto da vida como tens me marcado
naum te preocupes com o retorno
ele virá
só estou fazendo minha parte
porque minha felicidade é me sentir bem
e te ver feliz me faz bem
por isso quero te dar esse presente
porque não importa o quanto você esteja distante
vc sempre estará perto porque eu te guardo dentro de mim
e não me importa se não me tens em você
se não me queres
se não me percebes
se me ignoras
se guardas rancor
o que me importa realmente
é que eu sei que naquele momento eu consegui tudo que mais queria
naquele momento eu consegui abrir uma brecha na tua muralha
e te marcar
e foi uma marca pura e verdadeira
pequena... mas feliz


Esse texto é para ela que é meu oposto, o lado negro da força, a outra face do espelho, o inverso...
tão bela quanto a própria escuridão
e tão necessária como a própria luz...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Esperando o amor...



Palavras vazias... coração vazio... corpo vazio...
Este espaço vago neste corpo inerte pertencia a determinado sentimento...
Sentimento esse, dono desse, corpo este que alugo vazio para sentimentos passageiros...
Mas sempre há a esperança...
Ou havia...ou restava...ou jazia...
Anda amor! ressuscita-me!
Preencha esse vazio com sopro morno e ardente!
Deixa-me febril com teu beijo somente!
Puxa esses fios que me fazem pendente!
Eu te quero...te quero...quero...eu...

Marcela Oliveira

sábado, 21 de abril de 2007

Teclando...


quem é esse rosto invisível se revelando igual ao meu?
quem é esse desconhecido escondido do meu eu?
atrás das letras, das palavras e das luzes dessa tela se esconde um outro ser,
ser igual e diferente, mas comumente são,
pra saber que de cada lado existe uma extensão
ligando corpo e mente por um fio de solidão.
Madrugada adentro, nos dedos o pensamento, as idéias em profusão
que faz da vida? que sonhos tem? que desejas? que almejas?
um universo a desvendar, um rosto a descobrir
quem será esse estranho que tanto me faz sorrir?
se cada cabeça é um mundo... qual sera o teu?
pois desse lado de cá só posso saber do meu
revelando um pouco de mim, descubro um pouco de você
descobrindo aos poucos você, acabo descobrindo a mim
e sendo assim,
acabo por perceber o quanto se reflete em mim: você!


Marcela Oliveira

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Dia frio...


Dia frio...
chuva, tempo nublado, nostalgia, café cremoso...
sensações maravilhosas a textura do café, o cheiro da chuva, os sons do silêncio....
a chegada, a partida...tudo se confunde nesse tempo meio termo...
se chove não faz sol, se faz sol não tem chuva já dizia Cecília Meireles...
mas...e somente mas...a chuva vier num dia ensolarado ou o sol vier num dia de chuva que fazer de meus conceitos ortodoxos neo-liberais?
A confusão de um tempo assim, interno e externo, só prova que pra mim nem a natureza se entende, se sabe, se tem certeza...
Se ela pode ficar em dúvida que dirá eu?
Nesse clima autobiográfico, deixo minha mente interiozar o tempo e externar os conflitos...
por que não expor-me?
Nesse dia nublado prefiro abandonar o casulo que esconder-me na casca. E aí de quem cruzar meu caminho!
Busco o arco-íris do meu eu nas ruas alagadas por onde passo e sempre tô afim de uma companhia.

28 abril 2005

Marcela Oliveira

segunda-feira, 19 de março de 2007

Aqui já



Eu já andei por atalhos e por desvios...
já caminhei entre sonhos e medos...
já esperei sozinha...
já encontrei muitos no meu caminho...
já me perdi muito no mesmo caminho...
já chorei de alegria e já ri pra não chorar...
já pensei em desistir e resolvi continuar...
já me desesperei e já fui cegada pela fé...
já esperei amanhecer para poder dormir e já dormi esperando o amanhecer...
já realizei o impossivel varias vezes e já fui derrotada pelo cotidiano...
já fiz tanto pelos outros e há tanto a fazer por mim...
já fui contraditória e talvez ainda seja...
de tanto já ser eu...
fui excluida e reprimida...
fui deturpada e prostituida...
fui ignorada e ofendida...
pela lingua dos que andam ao sol...
Mas nunca me arrependi de ter sido e de ter feito tudo q já sonhei...
Assim talvez um dia em minha lápide se escreva: Aqui já.
E ali todos se vejam realizando o que há pra se fazer...

(Marcela Oliveira)

domingo, 18 de março de 2007

Marcas, Cicatrizes, Lembranças...


"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas não há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

(Antoine de Saint-Exupéry)

Por que eu quero deixar uma marca em você
por que eu quero que você deixe uma marca em mim
por que eu quero deixar uma marca nas pessoas próximas a mim
por que eu quero que as pessoas próximas a mim deixem marcas
por que eu quero me sentir feliz
por que eu quero fazer você feliz
por que eu quero fazer as pessoas felizes
por que eu quero transpirar felicidade e inspirar criatividade
em você , em mim, em todos a minha volta
por que tenho conhecimento de que posso mudar o mundo
por que só há um meio de mudar o mundo
por que eu preciso apenas mudar uma pessoa que esteja próxima a mim
por que essa pessoa só precisa mudar mais uma
por que se todos se esforçarem em mudar uma pessoa próxima o mundo estará mudando
por que eu quero um mundo em continua mudança
por que eu quero que esse mudança do mundo seja pra melhor
por que eu quero um mundo melhor
pra mim , pra você e para todos a minha volta
por que eu quero uma marca positiva
porque essa marca me lembrará felicidade, inspiração, criatividade e mudança
por que mudar é sempre bom
(e isso não é propaganda do omo!)

(Marcela Oliveira)

terça-feira, 13 de março de 2007

Eu quero alguém só pra mim...



Cada dia que passa percebo que talvez seja tola a minha idéia de encontrar alguém só pra mim....talvez eu seja exigente demais....não quero um escravo que faça o que eu mandar....do mesmo modo, não quero alguém que tente podar minhas asas quando mal consigo abri-las...quero um cumplice...alguém que também surrupie batatinhas alheias e que também tire aquela sonequinha de tarde...alguém que suma e me deixe esperando ou me dê um bolo na fila do cinema mas que apareça depois com a cara mais cínica do mundo e diga que me adora e pra provar isso me faça rir o resto da tarde...quero alguém que escute meus problemas e que não me julgue pelos meus problemas..alguém que me traga problemas e que seja delicioso resolvê-los...algum discarado, safado, tarado e incompreendido pelo mundo também...não quero alguém que faça eu me sentir mulher, quero alguém que entenda que eu sou mulher e que me faça sentir bem em qualquer lugar,em qualquer momento...enfim talvez seja só um sonho...mas se alguém estiver ouvindo e resolver realizar o que peço um bom começo é ignorar tudo isso e descobrir sozinho o que eu quero...

(Marcela Oliveira)

sexta-feira, 9 de março de 2007

O silêncio... inquietante...


A Voz do Silêncio

Encontrei um poema com apenas dois versos que diz assim :
"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala".
Simples. Rápido. E quanta força.
Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe,o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento,recusas.
Qtas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável, o silêncio a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas, indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Qdo nada é dito, nada fica combinado. Qtas vezes numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: " Diz alguma coisa, diz que não me ama mais, mas não fica aí parado me olhando.".
É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem vindo.
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças dos shows do Sepultura, o silêncio é uma mega-sena.
Mesmo no amor, qdo a relação é sólida e madura o silêncio a
dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto.
É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.

(Autor Desconhecido)



Ah! Você bem sabe...e só você sabe como eu queria ter me calado...
Extrapolei todos os limites e não soube interpretar suas insinuações...
Não soube perceber que sentias por mim o mesmo que eu sentia por você...
Eu na minha mania verbal de exteriorizar sentimentos, falei...
Ah! Se eu soubesse que esse silêncio se instalaria entre nós...
silêncio que rouba até suspiros preciosos do tempo com você...
silêncio que fala mais do que falei, que sufoca mais do que sufoquei...
que me mata cada vez mais...
Ah! se você soubesse tudo que se passa no meu coração...
que não há um dia em que eu não peça para estar com você...
e que tudo que eu desejo é que você também queira estar comigo...

domingo, 4 de março de 2007

Iniciando uma nova fase



O CONVITE


Não me interessa saber como você ganha a vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de permanecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua. O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor. Quero saber se você consegue conviver com a dor, a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria, a minha ou a sua, de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até a ponta dos seus dedos, sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas, que nos lembremos das limitações da condição humana.
Não me interessa se a historia que você conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte da sua vida.
Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu, e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da Lua cheia: "SIM!".
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui. Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou. Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia.

Oriah Mountain Dreamer



Iniciando uma nova fase, um novo blog.
É sempre importante mudar e acho que foi importante aprender a me desapegar das coisas, então resolvi mudar e me desapegar do antigo blog que já me acompanhava a alguns anos.
Muitas mudanças aconteceram, é preciso registra-las.
Espero que esse novo blog me inspire a escrever de novo meus poemas, que definem tão bem meu estado de espírito e clareiam meus pensamentos.

Começar, sempre começar...